quarta-feira, 20 de junho de 2012

Oração ao Glorioso São Jorge

Jesus adiante paz e guia, encomende-me a Deus e a Virgem Maria, minha mãe e aos doze apóstolos meus irmãos; andarei dia e noite, eu e meu corpo cercado e circulando com as armas de São Jorge. O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria. Meus inimigos terão olhos e não me verão, terão boca , não me falarão , terão pés ,não me alcançarão , terão mãos, não me ofenderão. Assim seja. Quem trouxer esta oração no pescoço, não será ofendido pelos inimigos.

Oração a Beata Santa Catarina

Oração a Beata Santa Catarina Minha Beata Santa Catarina, linda como o sol, formosa como as estrelas, entraste numa igreja, abrandaste o coração de 1500 homens, assim eu peço, que amanse o coração de (.....), que não possa comer, falar, dormir enquanto comigo não falar, que serei a rosa mais fresca, mais bela e mais linda e outros serão tristeza para (.....).

Ogum Rei e Guerreiro

Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro ,um lutador que defende a lei e a ordem.Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum. Ele é a lei divina em ação ,que pune e premia,mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações e impossível. O dia da semana consagrado a Ogum é a terça feira, que coincide com o dia dedicado pelos romanos a Marte, o deus da guerra .sempre ligado à força e ao poder,ele é o dirigente que não quer ter suas ordens desobedecidas.Ogum pode ser associado ao arcano IV do Taro : o Imperador.como esse arcano ele encarna a vontade firme aliada a força de execução ,as energias fluindo para uma realização material. Ele protege seus domínios de forma consciente,seguro do poder que representa. Enfocado como arquétipo, Ogum contém elementos fortes e consistentes que o mantém como uma figura viva e atuante na esfera psíquica do homem. O Físico e o Temperamento O filho e a filha de ogum são geralmente magros e altos (pode haver exceções).Apesar de ser um pouco tímido e discreto quase nunca passa despercebido. O temperamento reflete o vigor físico do filho de Ogum :ele está sempre em atividade, é determinado e criador. O espírito de competição é evidente e a impaciência e as frustrações ao perder criam mais incentivo para ele seguir em frente. Ele não reflete sobre os riscos de uma ação, pois é impetuoso e impulsivo e está sempre travando batalhas. Sem o impulso e a coragem de Ogum a humanidade demoraria muito para alcançar o progresso . é ele o desbravador , aquele que abre o caminho para quem vem atrás. Moises é uma personalidade típica de Ogum :sua ira ao quebrar as tábuas da lei divina ,a coragem para dirigir seu povo numa viagem para o desconhecido , o poder a ele atribuído de abrir caminhos são atributos de um homem de Ogum. Como todo homem possui seus defeitos o filho de Ogum considera apenas seu próprio ponto de vista, seguir metas que lhe são importantes sem considerar todos os que direta ou indiretamente estão envolvidos com ele. Os desafios aguçam o espírito combativo de Ogum e o modo dele utilizar a sua força pode parecer, aos olhos de quem não o compreende bem,altivez e arrogância. Qualquer forma de limite representa uma prisão para uma pessoa regida por ogum. Ele precisa se enxergar livre para ir e vir a vontade.não consegue expandir sua alegria ,força e energia em um ambiente restritivo e sempre igual. A novidade serve de estímulo à ação. Com capacidade de liderar e coragem suficiente para enfrentar qualquer missão ,consegue reunir a sua volta pessoas que colaboram com ele por prazer sentindo-se revitalizadas pelas qualidades magnéticas e energéticas dessa personalidade tão forte. Sem aceitar palpites no que faz , ele franco e rude ao impor a sua vontade aos seus subordinados. É capaz de castigar prontamente qualquer falha , mas seu perdão vem depressa e logo pede desculpas quando se excede no seu comportamento. Gosta da verdade acima de tudo, nunca fala por trás de alguém , suas críticas são abertas, pois detesta dissimulação. Amor e Casamento Quem consegue cativar e manter junto a si um filho de ogum tem o privilégio de saber que jamais será enganado.nunca ouvirá desculpas esfarrapadas para explicar onde ele esteve ou o que fez.o filho de Ogum não mente,ele diz a verdade espera ser acreditado.qualquer duvida irá ofende-lo. Quando um filho de Ogum encontra uma pessoa de temperamento cordato , porém que possua opiniões fortes e próprias ele fica feliz. Se essa pessoa souber se manter equilibrada na difícil corda bamba que é agradar sem ceder, ela conseguirá manter o relacionamento vivo.o filho de ogum não gosta de oessoas sem idéias próprias, vai querer para companheiro (a) alguém que as possua em quantidade, mas que também saiba expô-las de modo especial. Saúde A saúde de um filho de Ogum é boa .ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças.os pontos fracos dele são as articulações,as dores de cabeça ,as febres fortes. Quando está doente o filho de ogum não quer ficar em repouso .é muito trabalhoso convence-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar.só fica na cama quando está verdadeiramente mal ,aí então fala pouco e fica nervos com a obrigação em parar para se refazer. Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas. As doenças nervosas como ulceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingi-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos. O Homem de Ogum Ele é confiante ,entusiasmado, generoso ,solidário , enérgico ,ousado,ativo em seu lado positivo e pode também ser intolerante,violento,impulsivo,obstinado,egoísta e exigente em seu lado negativo. A mulher de Ogum Elas são sinceras,encantadoras,vigorosas,corajosas,entusiasmadas,românticas que são qualidades que excedem seu lado negativo já que ela também pode ser mandona,irritada e impulsiva.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Oração ao Reino dos Anjos

Queridos amigos do Reino Angelical! Espíritos Puríssimos, cuja misericórdia e generosidade espalham sempre por todo o mundo para socorrer as almas carentes, desesperadas, doentes, endividadas, aflitas..., roguem a Deus por nós! Ajudem-nos em nossa caminhada para a Luz, orientando-nos, aconselhando-nos, balsamizando nossas dores, iluminando nossa inteligência, adoçando nosso coração, inspirando-nos à prática do Bem e livrando-nos de todo o mal. Ó Iluminados Serafins! Ó Luminosos Querubins! Ó Tronos Resplandescentes de Grandeza e de Glória! Ó Espíritos Puríssimos! Ó Todas as Falanges dos Anjos! Por Compaixão, por Amor ao Pai! Conduzam nossos passos de dia e de noite; velem nosso sono! Assim, amparados, protegidos, seremos mais fortes nas lutas e poderemos orar e vigiar com mais confiança, mais confiança e mais fé. Anjos do Senhor! Derramem sobre nós a Fraternidade, a Paz, a Caridade, o Amor! Hoje estou contente, porque sou capaz de não pedir apenas por mim. Hoje com sinceridade sinto que posso, devo e quero orar pela Humanidade. Senhor! Abençoa-me! Abençoa-nos! Ilumina este planeta querido, bonito e tão maltratado, tão poluído pela insensatez do próprio homem que em sua caminhada louca se julga um rei, o dono de tudo, desafiando por isto a Natureza e infringindo as Leis de Deus, as tuas Leis. Tem piedade de nós, Senhor! Louvado sejam sempre os teus Anjos. Louvado sejas tu, porque permites que eles estejam amorosamente conosco para nos ajudar a construir, a reconhecer teu Reino dentro de nós. Obrigada, Senhor! * (Sempre que rezar para os Anjos, acenda uma vela branca.)

Zé Pilintra

Os malandros têm como principal característica de identificação, a malandragem, o amor pela noite, pela música, pelo jogo, pela boemia e uma atração pelas mulheres (principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, etc...). Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; no Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro. No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam vestem-se a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que: “a seda, a navalha não corta”. Navalha esta que levavam no bolso, e quando brigavam, jogavam capoeira (rabos-de-arraia, pernadas), às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha entre os dedos do pé, visando atingir o inimigo. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá. Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas. Existem também as manifestações femininas da malandragem, Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se como características semelhantes aos malandros, dança, samba, bebe e fuma da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem. Ainda que tratado muitas vezes como Exu, os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e parecem um deles. Os Malandros são espíritos em evolução, que após um determinado tempo podem (caso o desejem) se tornarem Exus. Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos Exus. Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos. Salve a Malandragem! Na Umbanda o malandro vem na linha dos Exus, com sua tradicional vestimenta: Calça Branca, sapato branco (ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala. Gosta muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas características marcantes: Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar, gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las, etc... Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem, gosta de observar o movimento ao seu redor mas sem perder suas características. Às vezes muda um pouco, pede uma outra roupa, um terno preto, calças e sapatos também pretos, gravata vermelha e às vezes até cartola. Em alguns terreiros ele usa até uma capa preta. E outra característica dele é continuar com a mesma roupa da direita, com um sapato de cor diferente, fuma cigarros, cigarilhas ou até charutos, bebe batidas, pinga de coquinho, marafo, conhaque e uísque, rabo-de-galo; é sempre muito brincalhão, extrovertido. Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc... É muito conhecido por sua irreverência, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco. História de Zé Pilintra José dos Anjos, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam. Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bondoso, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas. Sua vida era à noite. Sua alegria, as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo aguardente, cerveja, vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem. No Nordeste do Pais, mas precisamente em Recife (na religião que conhecemos como Catimbó), ainda que nas vestes de um malandrão, a figura de Zé Pilintra, tem uma conotação completamente diferente. Lá, ele é doutor, é curador, é Mestre e é muito respeitado. Em poucas reuniões não aparece seu Zé. O reino espiritual chamado “Jurema”, é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes. Na Jurema, Seu Zé, não tem a menor conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de esquerda, por que o Mestre tem essa capacidade. Tanto pode vir na direita ou na esquerda. Quando vem na esquerda, não é que venha para praticar o mal, é justamente o contrário, vem revestido desse tipo de energia para poder cortá-la com mais propriedade e assim ajudar mais facilmente aos que vem lhe rogar ajuda. No Catimbó, Seu Zé usa bengala, que pode ser qualquer cajado, fuma cachimbo e bebe cachaça. Dança côco, Baião e Xaxado, sorri para as mulheres, abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho

Historia de São Cipriano

SÃO CIPRIANO Venerado pela igreja, adorado pelos feiticeiros, respeitado pelos magos… São Cipriano, bispo de Antioquia, passou para a história co­mo um már­tir e ganhou a fama co­mo o mago mais conhe­cido do mundo. Nascido no século III d.C., segundo a len­da, ele logo entrou para a irmandade dos magos depois de uma estadia entre os persas. Na sa­grada terra do culto do fogo, ele aprendeu as ar­tes adivinhatórias e in­vocatórias. Os ances­trais espíritos e gênios eram conhecidos por Ci­priano, que mantinha con­tato fre­qüente com o Mundo Invisível. Voltando para sua cidade natal, Ci­priano começou exercer sua ren­tável pro­fissão. Logo adquiriu fama e era pro­cu­ra­do por nobres, comerciantes e guer­rei­ros.Certo dia um cavalheiro apaixo­nado pe­diu um feitiço amoroso, um “filtrum”, co­mo chamamos em magia natural. O al­vo era a bela e jovem Justina, nobre vir­­gem cobiçada por muitos ricos senho­res. Justina havia sido recentemente con­ver­tida a uma nova e estranha religião… Seus seguidores adoravam um judeu cru­cificado da Palestina que tinha feito muitas curas e profecias. Aos olhos dos antio­que­nos isso era até engraçado. Por que adorar um homem, se existiam tantos deu­ses e gênios? Cipriano preparou um filtrum e nada acon­­teceu. O cavalheiro apaixonado re­cla­­mou e exigiu o dinheiro de volta. Nosso mago, muito contrariado e não acostu­ma­­do a falhar, refez a poção e adicionou um conjuro especial. Nada! Agora a coisa era para valer! O Mestre Cipriano convocou o Rei dos Gênios em pes­­soa. Dentro do círculo mágico ele or­de­­nou e o terrível Jinn se fez presente. O gênio explicou que Justina era serva de uma entidade de maior magnitude e nada poderia fazer… Dito e feito. Movido pela curiosidade Cipriano vai até Justina. Estabelece uma rica conversa com ela e percebe na garota uma luz espe­cial. Dias depois, o poderoso Cipriano se con­vertia ao Cristianismo primi­tivo, que nesta época era uma re­ligião cheia de magia, sa­be­doria e simplicidade. Afinal, o Cristianismo nas­cente era o her­deiro da religião dos velhos ma­gos da Pérsia. Não esta­vam os três grandes ma­gos persas diante do me­nino Jesus na noite de Na­tal? Cipriano e Justina mor­rem juntos durante a perseguição aos cristãos. Séculos depois, curan­dei­ros e benzedores eu­ro­pe­us vão pedir a Cipria­no, que virou santo, fa­vo­res e saberes. O culto de São Cipriano chegou ao Brasil com os degredados portugueses perseguidos pela Inquisição. Na memória eles traziam as fórmulas, orações e magias ciprianas. Bem mais tarde os primeiros “livros de São Cipriano” chegaram aqui. Com a chegada dos negros escravos, os Mulojis (xamãs) bantus tomaram conhe­cimento da tradição do mago de Antioquia. Boa coisa! Na Kimbanda Cipriano era con­siderado um Makungu (ancestral divi­ni­zado) e digno de culto. Em Angola os Mu­lojis já cultuavam Santo Antonio, que se encarnou numa profetisa bantu cha­ma­­da Kimpa Vita. Por isso, dentro do cul­­to de Cipriano os xamãs botaram muitas mirongas e mandingas. O tempo passou e a Kimbanda virou Quimbanda. Elementos da feitiçaria ocultis­ta e mesmo da magia negra penetraram nos ensinamentos dos sábios Tios e Tias africanos. São Cipriano entrou nos mistérios da noite. O respeito virou medo e assombro. O santo ganhou Ponto Cantado, Riscado e Dançado. Pulou do altar para o chão de terra, virou chefe de Linha e Falange, vestiu toga negra e até adquiriu um gato preto! Na Lua Cheia de agosto ele tem festa à meia-noite, junto com a Comadre Salomé e os Compadres Bode Preto e Ferrabrás. Até uma Fraternidade Mágica ele ganhou, quando Dom Fausto, um cu­randeiro, encontrou um frade agonizando perto de um local desértico. Examinando o doente, ele notou que o religioso fora mordido por uma vene­nosa serpente e estava à beira da morte. Dom Fausto o carregou até sua casa e o curou com a ajuda de preciosas ervas. Como agradecimento, o frade presenteou o curandeiro com uma velha cruz de ma­deira. Noites depois, na pobre casinha de Dom Fausto, ocorreu um fato sobre­na­tural. Uma estranha e misteriosa luz ema­nou da cruz, preenchendo todo o am­biente. O curandeiro acordou e viu, ao la­­do da cruz iluminada, a figura de um velhinho barbado com mitra na cabeça. O personagem que segurava um cajado, sorriu para ele e disse: -“ Venho até você e peço… Crie uma fraternidade de bons homens e mulheres, façam a caridade e curem em nome de Deus.” O curandeiro, admirado, perguntou: - “Quem é você?” O espírito respondeu: - “Sou Cipriano!” Dias depois, Dom Fausto reuniu seus tios, alguns primos e contou o ocorrido. Nasceu assim uma Fraternidade de cura sob a proteção de São Cipriano. Isto acon­teceu no século XVIII, em Dezembro de 1771. Durante algum tempo o piedoso gru­po só admitiu parentes. Porém, se­gundo orientações espirituais, foram sendo convidadas pessoas de boa índole de ou­tras famílias e procedências. Por tradição uma cidade mágica era escolhida para sediar a Fraternidade. O critério da escolha sempre foi motivado por estranhas leis estudadas na Radiestesia. Paraty (RJ) foi a cidade escolhida, pois, além das condições telúricas excelentes, ela é toda construída com sólido simbo­lismo maçônico. Coincidentemente, a re­gião também tinha forte presença kimban­deira e quimbandeira, que com o tempo chegou até a receber os místicos cultos da Cabula e da Linha das Almas. Hoje a cida­de não fica por menos, já que conhecemos algumas irmandades de iniciados caba­listas, templários e yogues que se estabe­leceram por lá. Na Quimbanda os espíritos de alguns pretos velhos de origem bantu se filiam na Linha de São Cipriano. Estas são almas de antigos mandingueiros, feiticeiros (aqui com o sentido de xamã) e kalungueiros. Todos mestres nas artes da cura e da magia. Muitos até adotam o nome do Pa­­trono: Pai Cipriano das Almas, Pai Ci­priano Quimbandeiro, Pai Cipriano de Angola… Estas entidades recebem ofe­rendas na kalunga pequena, perto do Cruzeiro. Também são ofertadas nas por­tas das igrejas e capelas. Oferendas: Velas brancas ou brancas e pretas, marafo, café preto e tabaco. Uma Linha pouco conhecida, mas também ligada a São Cipriano, se chama Linha dos Protetores. Neste grupo tra­ba­lham espíritos de velhos magos europeus, ciganos curandeiros e misteriosas entida­des do fundo do mar. São Cipriano está vivo e é do bem. As receitas exóticas dos Livros de São Ci­priano (Capa de Aço, Capa Preta, Capa Vermelha, etc…) jamais foram praticadas ou escritas por ele. Elas são uma triste con­­tribuição da magia negra européia. Os segredos de São Cipriano passa­ram para os Mulojis da Kimbanda e foram repartidos com alguns adeptos da Quim­banda. Contudo, ainda existe o mistério. Quais seriam estes segredos?